MÃO- DE- OBRA

 MÃO - DE -OBRA

Um problema sério na zona rural é a mão--de --obra.

Quando comprei o Sítio Bonsucesso já estava lá um trabalhador solitário.

Busquei informações na vizinhança e todos confirmaram: ele é um bom trabalhador. Muito forte, topa qualquer parada. Mas...

Bem, ninguém abria o jogo. Eu era um recém-chegado.


Mas eu via que o  homem trabalhava bem. Rendia bastante.

Eu até tolerava pequenos deslizes.

Porém, numa oportunidade eu o flagrei em sério delito. Não perdoei. Resolvi dispensá--lo.

Foi no diálogo de despedida que ele se declarou: era o prisioneiro n- 335 da Penitenciária Frei Caneca.

Gelei.

Contudo ele foi muito cordato.

Em consideração a mim, concordou em retirar-se numa boa, contanto que eu cumprisse  a lei.

Cumpri e ele se foi, em paz.

No dia seguinte fui colher mais informações.

Aí fiquei sabendo. Ele era um conhecido valentão. Gostava de brigar nos armazéns. Era o terror do campo. Mas não usava armas. Sua única arma eram os dentes. Assim derrotava os adversários.

Me contaram tudo.

Bem, ele foi embora.

Só uma vez tive notícia dele. 

Vi-o sentado, no ônibus.

Regenerado.

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