GOVERNO JK

Depois de o Brasil suportar 19 anos de populismo getulista, em dois períodos, 1930-1945 e 1950-54, finalmente esperava-se um presidente efetivo, capaz de mudar o rumo e conduzir o país ao seu destino.

Apregoava cumprir 50 anos em 5. Acelerar o crescimento em velocidade máxima. Já dava para desconfiar. Bom demais para ser verdade.

De cara começou a construir Brasília, no cerrado do planalto central. Como sempre o país não tinha recursos para tamanha empreitada.  Mas o governo, dono da máquina de imprimir papel-moeda, optou pela mágica de fabricar dinheiro,e assim transferir a capital para o interior, a qualquer custo.

Não havia estradas nem caminhões para transportar o material. Cada saco de cimento, tijolo etc, chegava lá de avião. Superfaturado enriqueceu alguns.

Existia a "dobradinha". Qualquer funcionário disposto a se transferir ganhava dobrado. Incentivo aos desbravadores.

Não havia operários. Levas de retirantes eram retirados para lá como "candangos". Assim iniciou-se o processo de favelização e satelizaçao.

Daquele centro isolado partiam as decisões nacionais.

O país já possuía uma malha ferroviária razoável. Mas a ordem do dia era construir estradas, ampliar a malha rodoviária, a toque de caixa. Era urgente. Desmanchar a rede ferroviária, abrir espaço para a rede rodoviária, e incentivar a incipiente indústria automobilística. Tudo em cinco anos.

O automóvel em lugar do trem, até em MG. O transporte individual em lugar do coletivo.

Era para criar emprego. Fortalecer as montadoras, os metalúrgicos e os respectivos sindicatos, cuja tirania foi recentemente abolida, 60 anos depois. E ficamos reféns das transportadoras.

Enquanto as nações mais evoluídas privilegiavam as ferrovias, nosso país viajava na contramão.

As estradas, improvisadas para serem inauguradas a tempo, logo tiveram que ser recapeadas. Não suportavam o peso das cargas.

Os caminhões transportavam-se a si mesmos,

 guiados por humanos, das fábricas para as concessionárias de revenda. Os automóveis de passeio não. Eram transportados por caminhões, com motorista.

Cenas impossíveis em país desenvolvido.

O combustível era transportado das refinarias para os mais distantes postos de serviço, não por um trem de 50 vagões e dois maquinistas, e sim por caminhões.

Pergunta: Quem ousa mudar essa matriz?

Resposta: o próximo governo.

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