A CASACA
Nosso presidente é muito bem conhecido de todos, apoiadores e adversários. Ninguém tem dúvida sobre o que e quem ele é.
Em sua biografia três aspectos saltam à vista: 1) sua longa carreira política. 2) sua curta carreira sindicalística. 3) sua curtíssima carreira de torneiro mecânico.
Como torneiro acidentou-se, invalidou-se e aposentou-se. E embarcou no sindicato.
Como tal destacou-se como agressivo grevista e negociador.
Publicamente enfrentava os empresários e paralisava as fábricas. Secretamente compunha-se com o empresariado e liberava o operariado para trabalhar. Paralelamente cuidava das viuvinhas.
Não satisfeito, ampliou seus horizontes e fundou um partido de trabalhadores.
Intelectuais, professores, doutores, escritores, clérigos, eruditos e juristas aderiram à sigla. E ainda sobrou espaço para proletários.
Perguntaram a ele se o partido seguiria uma linha marxista. Não soube responder. Ele reconheceu sua ignorância, mas dispôs-se a indicar outros mais gabaritados para esclarecer a questão.
O PT tem 40 anos de existência, subdivididos em 1) 20 anos de campanha para a presidência. 2) 20 anos de exercício da presidência, direta e indiretamente.
Embora o presidente declare desconhecer o marxismo, contudo sua política contempla alguns pontos de Karl Marx: 1) a luta. 2) o Estado forte. 3) a sociedade fraca. 4) a democracia relativa. 5) a valorização dos autocratas.
Depois de 40 anos de pregação esquerdista e 20 anos de pregação bolivariana, o presidente começa, devagarinho, a virar a casaca.
Sua metamorfose é visível, para desespero dos correligionários.
Depois de não-eleição na China, fajuta eleição na Rússia e acachapante derrota do Maduro reeleito, nosso presidente, finalmente, cede à pressão internacional, e pela primeira vez em sua história, exige as atas e custodia a embaixada argentina do Millei. CARACAS!!!
Tudo isso pela primeira vez.
Ha, ha. É aquela velha história: sempre tem a primeira vez.
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