TEOCRACIAS
Dizem os historiadores que toda guerra tem um fim. Até hoje, de fato, nenhuma guerra teve duração infinita.
Seja a Guerra dos Seis Dias, dos Sete Anos, dos Trinta Anos, até a longa Guerra dos Cem Anos, um dia todas tiveram um fim.
É o nosso consolo.
Em 1948 foi criado o Estado de Israel onde o povo judeu viveria só, entre si, em paz permanente.
No dia seguinte começou a Guerra Árabe- Israelense, que já se prolonga por 75 anos, em escala ascendente. Poderá bater o recorde mundial dos 100 anos. Ninguém sabe como estará o equilíbrio de forças daqui a 25 anos.
É possível que se prolongue, pois se trata de uma guerra religiosa entre duas ferrenhas teocracias. Nada mexe tanto com os sentimentos como a religião.
O conflito árabe-israelense é a luta da religião muçulmana contra a religião ortodoxa judaica. Trevas contra trevas.
O vazio de conteúdo é preenchido com violência. E assim seguem os dois lados, fechados em suas convicções. Ambos se regem pela mesma Lei de Talião: "Olho por olho, dente por dente, pé por pé."
É a ilusão de querer pôr fim à violência usando mais violência. É como a Lei das Cotas Raciais: busca combater a discriminação racial com mais discriminação.
Árabes e israelenses são irmãos, filhos do mesmo pai, Abraão. A luta é fratricida, o que acirra ainda mais os ânimos. São ambos monoteístas. São duas teocracias, na contramão da História. Correm para o abismo.
Na Terra Santa, entre os anos 30 e 33, um fariseu perguntou a Jesus, se era justo pagar imposto a César, o imperador romano, um politeísta pagão.
A resposta veio imediata: " Dai a César o que é de César, a Deus o que é de Deus."
Naquele momento estabeleciam-se as bases do futuro Estado Laico. Governo e religião jamais se misturam. O Estado Laico está hoje consagrado nas Constituições dos Estados modernos. Exceto nos Estados religiosos teocráticos. Lutam entre si. Trevas contra trevas.
Conclusão: "Quando treva encontra treva, grande é a escuridão."
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