PAGANINI
Paganini, nascido em Gênova, Itália, em 1782, era cognominado "O violinista do diabo."
Seu virtuosismo era insuperável. Ele compunha e interpretava suas próprias obras: concertos, , estudos, quartetos, etc,etc.
Suas incríveis tiradas ao violino arrebatavam o público.
Como um gênio da música não podia ser compreendido por seus contemporâneos. Ele estava acima de qualquer compreensão. Era a própria transcendência em forma de música e comportamento.
Vivia como um marginal, adorado e rejeitado. Sifilítico e viciado em jogo. Perdeu até seu violino numa disputa carteada.
Sua figura fugia de qualquer padrão convencional. Daí a sua fama de ser diabólico.
Extremamente magro, vasta cabeleira em desalinho, feições grotescas. Tudo contribuía para colocà-lo à margem da sociedade. Ele nem tinha a preocupação de enquadrar-se em qualquer padrão convencional.
Ele era o que era. Sequer sabia o que ele era. Fazia a sua música e a apresentava a quem quisesse ouvi-la. O fato é que levava a massa ao delírio. Reinventava-se a cada dia. Continuava um excêntrico, fora da curva. Parecia que sua arte existia por acaso. Mergulhava na música e ressurgia, sem saber como nem por quê.
Enigmático, indevassável.
Como nenhum outro tirava de suas poucas cordas, às vezes de uma única, as mais extravagantes combinações sonoras.
Para o povo ele era simplesmente demoníaco. Não se ajustava às convenções.
Já terminalmente doente, em Nice, na França, não aceitou os Sacramentos finais oferecidos pelo Bispo local. Faleceu uma semana depois. Sua recusa à Extrema Unção era a prova que faltava: ele tinha parte com o diabo.
Seu corpo ali permaneceu, em seu leito de morte, durante dois meses. Ninguém ousava aproximar-se. O próprio Bispo recusava-se a sepultá-lo. Não sabia que estranho ser era aquele.
Após dois meses foi provisoriamente acomodado num porão subterrâneo. Dali foi exumado e transferido várias vezes para diferentes lugares, inclusive para uma fábrica de azeite de olivas.
Decorreram 50 anos até que seu corpo encontrou sua morada final, num mausoléu erguido em sua homenagem, em Parma, Itália.
A obra de Paganini é extensa. Inclui concertos, quartetos, estudos,etc, etc.Poucas de suas composições foram editadas em vida.
Paganini viajou por toda a Europa, encantando a todos. O grande compositor e exímio pianista húngaro Liszt assistiu a um concerto em Paris. E declarou: Eu quero tocar piano tão bem quanto Paganini toca o violino."
A despeito de todo esse sucesso Paganini sempre sofreu com problemas financeiros e de saúde. Não podia nem editar as suas obras.
Muito conhecida é "La Campanella", hoje disponível para diferentes instrumentos.
Famosos são também os 24 Caprichos, dos mais desafiadores para os intérpretes.
O último da série, o 24° Capricho, foi gravado por Hilary Hahn,
O 24° Capricho serviu de inspiração para o russo Rachmaninof, o qual compôs sua magistal peça "Variações sobre um Tema de Paganini", disponível hoje na portentosa execução de Arthur Rubinstein.
Pouco a pouco o gênio de Nicolò Paganini vai sendo reconhecido, por grandes músicos,, e por nós, meros admiradores.
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