THE FAR WEST
Nos filmes de faroeste o que muito empolga os aficcionados do gênero é a bravura demonstrada pelo mocinho no confronto com o bandido. A torcida pelo herói é o deleite do espectador. Ainda mais arrebatadora é a ação de um desconhecido que aparece, ninguém sabe de onde, de estatura mediana, físico pouco avantajado, meio solto no saloon. A princípio até desprezado pelos valentões. Ele se destaca por ser um forasteiro. Alvo de curiosidade quase insuportável.
De onde será ele? De onde vem? O que faz aqui? Que perigo nos traz? De todos os lados só perguntas. Respostas, nenhuma.
O mistério só cresce. E as mais divergentes conjecturas. Os mais fortes se declaram. A impaciência vem à tona. Impossível ocultá-la.
É preciso rechaçar aquele intruso para longe, enquanto é tempo.
O modesto recém- chegado nem imagina quantas histórias já estão circulando. E nem esboça qualquer reação. Ninguém o confrontou. É o medo do desconhecido.
Porém, em algum momento, um gesto mínimo, um olhar, um riso furtivo, eis a gota dágua. É o quanto basta para o fortão: um poço de instintos, um barril polvoroso no ponto de se inflamar.
Aquele estranho indivíduo é o alvo.
Imaginemos a euforia do público quando aquela insignificante pessoa expõe os seus pendores.
Eu, particularmente, me lembro bem de meus transbordamentos quando,afinal, chegava a hora da verdade. A gratificante descarga de emoções. É a vibração contagiante que nos invade, por exemplo, ao presenciarmos as façanhas ucranianas em Kursk.
Para ilustrar recomendo o filme rodado no interior agreste dos Estados Unidos em 1955. " A Bad Day at Black Rock", com música de André Previn. Ernest Borgnine, o grandão, desafia um senhor, representado pelo genial Spencer Tracy, que passa dois dias naquele lugar remoto para investigar uma certa ocorrência com um amigo desaparecido.
Não percam, em Cinemascope: "A Conspiração do Silêncio"
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