PUCCINI

       Giacomo Puccini, o grande compositor italiano,  faleceu em   1924, pouco depois de quase completar sua última ópera, Turandot.

       Essa ópera conta a história fictícia de uma princesa chinesa, Turandot, bela e misteriosa.

       Não revelava seu nome a ninguém. E terminantemente não queria se casar, com ninguém. E passeava, despreocupada, pelos jardins do Palácio Imperial.

       Os homens, simplesmente, se encantavam com sua beleza. E se apresentavam, um após outro, como pretendentes ao casamento.

       A frieza e a indiferença de Turandot mexia ainda mais com os corações apaixonados dos príncipes que ousavam abordá-la.

       Ela permanecia irredutível. E se incomodava com o contínuo assédio de tantos jovens, desejosos de esposá-la.

       E seu pai, o Imperador, insistia que ela se decidisse por um  deles, todos da melhor estirpe. Como filha única, ela deveria deixar um descendente, um herdeiro para continuar a nobre linhagem.

       Por fim, não amando nenhum candidato, ela  lhes propõe um enigma: descobrir o nome de três  sábios  chineses da antiguidade. Com quem acertasse, ela se casaria. Quem errasse, seria decapitado.

       Um após outro, todos tiveram a triste sina.  Nenhum deles acertara os três  nomes. E assim Turandot tinha um bom motivo para manter-se só, como ela queria.

       E continuava a passear pela sacada e pelos jardins, indiferente, deslumbrante,  e insondável.

       Até que, um belo dia, chegou em Pequim um estrangeiro, desconhecido, e de imediato,  apaixonou-se pela Princesa.

       E aceitou, resolutamente,  o desafio. E acertou os três enigmas, com absoluta exatidão.

       Turandot ficou perdidamente desesperada. Teria que cumprir sua palavra. Estava em jogo a honra de uma Princesa. Tinha que aceitar o estranho plebeu em casamento, contra a sua expressa vontade.

       O estranho recém-chegado, de sua parte, também ficara muito abalado. Seria justo forçar a formosa Princesa ao matrimônio? A contragosto? O mal-estar era mútuo.

       Foi aí que aquele estranho, totalmente desconhecido na cidade, teve a feliz inspiração: Propôs a Turandot uma charada: até o amanhecer ela deveria descobrir o nome dele. Era o seu ato de nobreza. Ele concedia  a ela, igualmente,  a oportunidade de  livrar-se do incômodo pretendente. Bastaria ela descobrir o seu nome. E tinha o prazo de uma noite.

       A Princesa, imediatamente, ordenou a todos os súditos pequinenses que não dormissem a noite toda, até que descobrissem o nome daquela pessoa.

       E o próprio forasteiro também anunciou a todos publicamente : "Nessun dorma"

       "Que ninguém durma!

        Ninguém durma!

        Nem tu Princesa. 

        Em teu frio quarto

       Contemplas as estrelas

       Que tremem de amor e de esperança.

       Mas o meu mistério está trancado em mim.

       O meu nome ninguém saberá.

       Não, não, sobre tua boca eu próprio  o direi.

,

       Quando a luz brilhar

       E o meu beijo quebrar o silêncio

       Que te fará minha,

       " O seu nome ninguém saberá" (Coral)

       E nós deveremos, morrer, morrer,

       Desvaneça-te, ó noite!

       Recolhei-vos, estrelas!

       Ao amanhecer eu vencerei.

       Vencerei!

       Vencerei!

      Ao amanhecer o desconhecido aproxima-se, beija a Princesa e lhe revela o seu nome: Calaf.

       Era um Príncipe da Casa Imperial Tártara.

       Turandot agora sabe o seu nome certo: Calaf, E deve declará-lo ao pai.

       E asim o faz. 

       Na presença do pai balbucia o nome:

                                    "amor"

       

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